0245 – Falando De Acordo com o Espírito

 0245 – Falando De Acordo com o Espírito



Introdução


O Espírito Santo deseja que você o ouça e que você compartilhe o que Ele lhe falar.

Como podemos cooperar com o Espírito Santo para liberar suas palavras? 

Segundo o ensino do Novo Testamento há duas coisas vitais para cooperar com o falar do Espírito Santo: 

  1. a mutualidade entre os irmãos e;

  2. o falar de cada sacerdote

Esses são os dois elementos mais importantes para edificarmos a vida uns dos outros debaixo da orientação do Espírito Santo.

 

A mutualidade

Temos três reuniões em nossa vida como igreja que devemos participar e ouvir o Espírito Santo. 

A primeira é o culto de celebração, nela o pastor deve falar pelo Espírito Santo para edificação dos irmãos e os irmãos devem cantar para serem cheios do Espírito Santo, recebendo a palavra em seus corações.

 

A outra reunião é a célula, onde todos os irmãos devem aprender a falar pelo Espírito Santo, exercendo seus dons espirituais.

 

A terceira reunião é a dos discípulos, ou seja, a reunião de discipulado onde ouvimos as direções do Espírito para a vida da Igreja.

 

Podemos ver esses tipos de reuniões no Novo Testamento. O primeiro tipo aconteceu no dia de Pentecoste quando Pedro se levantou e dirigiu a Palavra a mais de três mil pessoas. Esse é um tipo de reunião onde um dos cinco ministérios de Efésios 4 está atuando. Parece também que a reunião em que Paulo estava pregando em Atos 20 se enquadra nessa categoria. Trata-se de uma reunião grande onde uma palavra especial é liberada por um ministério. Poderíamos chamá-la de reunião ministerial, uma vez que é o momento onde algum daqueles cinco ministérios de Efésios 4 está edificando a igreja.

 

Mas a reunião dos sacerdotes propriamente dita é bem diferente. Em I Coríntios 14:23 Paulo fala da reunião da igreja. Ele diz “se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar...” Esta sem dúvida é uma reunião da igreja. A reunião da célula é indiscutivelmente uma reunião da igreja, onde cada sacerdote deve se preparar para ministrar.

Logo em seguida no verso 26 ele diz que neste tipo de reunião “um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação.” Esse é o padrão de Deus para as nossas reuniões, a mutualidade. Cada crente está ali um pelo outro. Todos ministram de alguma forma com o dom que recebeu.

 

Nas reuniões ministeriais não existe mutualidade porque elas são especificamente para o fluir do dom ministerial na Igreja, mas a reunião da célula é a reunião normal da igreja e nessas reuniões a mutualidade deve ser o padrão.

 

Se não houver essa mutualidade não podemos dizer que temos uma reunião da igreja em célula correta de acordo com o padrão bíblico. Ter uma reunião em casa sem a mutualidade faz com que a célula perca seu caráter. Infelizmente muitos de nossos líderes ainda procuram reproduzir na célula a reunião de celebração que é essencialmente ministerial. Fazem da célula um pequeno auditório onde um fala e os demais apenas escutam. Mas essa é uma situação onde não há mutualidade.

 

I Coríntios 14 é o único capítulo nas Escrituras que ensina como deve ser a reunião da igreja. Aqui o elemento chave é a mutualidade. Se não houver mutualidade então não é uma reunião de célula. Precisamos nos tornar radicais a respeito desse ponto.

 

A necessidade de falar

O segundo elemento chave da reunião da igreja na célula é o falar de cada membro. Se ninguém fala isso mata a reunião. Quando os irmãos se recusam a falar isso matará a reunião. Na verdade, toda a mutualidade depende do falar de cada crente.

 

Atos 5:42 diz que “todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo”. 

 

Essa é a descrição da Igreja depois do dia de Pentecostes. Depois que milhares de pessoas foram salvas elas passaram a se reunir no Templo, certamente o lugar onde Pedro, João e os demais apóstolos pregavam. Essa era uma reunião geral onde o ministério quíntuplo atuava. Mas a Palavra de Deus diz que eles também se reuniam de casa e casa. E o que eles faziam nessas reuniões? O texto diz que eles se reuniam para ensinar e pregar. Podemos dizer com certeza que eles repetiam o ensino e a pregação dos apóstolos feita no Templo. Havia pregação e edificação, mas através do ministério de todos os crentes.

 

A adoração e a ministração

Em I Coríntios 12:1 Paulo diz: “A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes”. A célula é o melhor lugar para praticar e exercitar os dons espirituais. Nossa reunião nas casas deve sempre dar espaço para que os dons aconteçam. 

A grande vantagem da célula é permitir que os irmãos exerçam dons e ministérios livremente. Aquilo que não poderiam fazer numa reunião de celebração por causa do tamanho, eles podem fazer na célula. O fluir nos dons é certamente uma parte importante para igreja.

 

No versículo dois ele continua: Sabeis que, outrora, quando éreis gentios, deixáveis conduzir-vos aos ídolos mudos, segundo éreis guiados. Em outras palavras o que Paulo está dizendo é que quando eram gentios vocês adoravam ídolos mudos que não falam. Portanto vocês se tornaram mudos como eles. Mas agora vocês adoram um Deus vivo que fala e, por essa adoração, vocês passaram a falar também. 

Um crente cheio do Espírito sempre tem algo para falar.

 

Antes quando vivíamos na religião e no culto idólatra não tínhamos necessidade de falar. Na verdade, a grande característica dos cultos pagãos é o silêncio. Não podemos continuar em silêncio depois de sermos cheios daquele é chamado “Verbo de Deus”. Ser cheio de Cristo é ser cheio da palavra. Não há adoração muda na Casa de Deus. Os irmãos precisam falar na célula.

 

Entre em qualquer templo pagão e você verá que ali a adoração aos ídolos é completamente muda, silenciosa. Numa adoração muda não há fluir de nada espiritual. Porém nós, os cristãos, adoramos a um Deus vivo que fala a todo tempo. Nossa adoração a Ele nos faz oradores. 

Hebreus 1:1-3 diz que nosso Deus fala. Ele falou no Antigo Testamento e agora fala no Novo Testamento. Ele é o Deus que fala, e nós os seus filhos também temos que falar. Se você vive em silêncio na reunião da igreja você está se assemelhando aos adoradores mudos. 

 

O Espírito fala constantemente. Assim sempre teremos algo para dizer.

 

Em I Coríntios 12:2 e 3 Paulo ainda completa: “Sabeis que, outrora, quando éreis gentios, deixáveis conduzir-vos aos ídolos mudos, segundo éreis guiados. Por isso, vos faço compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus afirma: Anátema, Jesus! Por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo.”

 

A adoração aos ídolos nos faz mudos, porém quando vamos a Deus, Ele nos faz falar. O princípio é que todos os que estão no Espírito invocam o Senhor Jesus. Todos os que são cheios do Espírito falam.

Paulo diz que o sinal de que temos o Espírito é o fato de clamarmos a Jesus como Senhor. Mesmo que não sinta coisa alguma você precisa descansar na verdade de que ele está em você. A prova disso é o seu clamor por Cristo.

Alguns pensam que não têm a unção do Espírito, mas depois de ler que ninguém pode dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo, o que você dirá? Você tem clamado: “Senhor Jesus, eu te amo?” “Sim, então eu tenho o Espírito Santo.” E como  sabe disso? “Porque a Bíblia diz”. Não diga “Porque o sinto”. Os sentimentos são como as nuvens que flutuam no ar. Eles vêm e vão. Não confie em seus sentimentos. Confie na Palavra de Deus. “Não se pode dizer Senhor Jesus, senão pelo Espírito Santo”. Você é capaz de dizer “Senhor Jesus eu te amo” de toda a sua alma? Essa é a prova de que o Espírito está em você. O que Paulo está dizendo é que precisamos falar pelo Espírito em nossas reuniões.

 

A manifestação do Espírito

Paulo diz que devemos pedir qualquer um dos dons, mas principalmente o dom de profecia. Todos podem profetizar (I Cor.14:31).

Profetizar é também falar. A palavra de sabedoria é para falar, a palavra de conhecimento é para falar e a profecia é para falar. Veja como a questão de falar na reunião é importante. Se não falamos, nenhum desses dons pode se manifestar.

 

Em 1 Corintios 14:26 ele diz: “Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação”. Um salmo não é somente para cantar, mas é também para se falar. Efésios 5:19 nos orienta que falemos uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais. É interessante que ele diz para falar uns aos outros até mesmo cantando. Nem preciso dizer que doutrina e revelação são todos um tipo de falar.

 

É interessante que quando Paulo fala da manifestação do Espírito, ele menciona nove dons, dos quais quatro estão relacionados com milagres: a fé, a cura, os milagres e o discernimento dos espíritos, e cinco estão relacionados com o falar dos crentes: a palavra de sabedoria, a palavra de conhecimento, a profecia, as línguas e a interpretação das línguas. 

Mas depois quando se fala das reuniões da igreja em 14:26, não se refere a curas ou milagres. Tudo o que diz se refere ao falar. Vocês têm que salmodiar. Isto significa que tem que falar ou tem que cantar. Necessitam vocalizar. Depois, precisam ensinar falando. Necessitam dar uma revelação falando. Necessitam falar uma língua e interpretá-la falando. Tudo é por meio do falar. 

 

Então, o que temos que falar? Paulo disse em 1 Corintios 14:1: “Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis”. A profecia essencialmente fala edificando, consolando e exortando uns aos outros. É um falar inspirado pelo Espírito Santo.

 

É muito importante que haja profecia nas reuniões da célula, pelo simples fato de que esse é o padrão do Novo Testamento.

 

Estamos habituados a pensar em profecia apenas como prognóstico, mas a profecia é também para dar diagnóstico. Precisamos todos de falar pelo Espírito em nossas reuniões edificando, consolando e exortando.

 

“Quando vos reunis, um tem salmo, outro,  doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para a edificação”. Cada um tem algo. Você tem salmo. Eu tenho ensino. Ele tem revelação. Outro tem língua. E o quinto tem interpretação. Essa é a riqueza da vida da Igreja na célula. Precisamos viver essa realidade.

Esta é a mutualidade. Uma equipe de basquete tem cinco jogadores. Se um jogador retém a bola só para si e nunca a solta, isso não é mutualidade, mas individualidade. O princípio é igual para as reuniões. Devemos praticar a mutualidade. Se durante uma reunião só uma pessoa fala todo o tempo, todos sairão com a impressão de serem pobres. Porém se todos falarem mutuamente a reunião será tremendamente poderosa. 

 

Cremos por isso falamos

Sempre que dizemos que todo crente precisa falar nas reuniões algum irmão se opõe dizendo que não possui o dom de falar. Mas em II Coríntios 4:13 Paulo diz que aquele que crê também fala.

 

Tendo, porém, o mesmo espírito da fé, como está escrito: Eu cri; por isso, é que falei. Também nós cremos; por isso, também falamos. II Cor. 4:13

 

A expressão espírito de fé aqui poderia ser traduzida também como uma atitude de fé. Quando somos cheios do Espírito nós podemos ter um espírito de fé.

A fé só se torna substancial quando é falada. Se cremos, mas permanecemos em silêncios essa fé não pode atuar. Se você observar atentamente na Bíblia verá que as coisas de Deus são recebidas quando falamos.

 

No Salmo 91 existe uma série de bênçãos prometidas, mas no verso nove temos a chave para recebê-las: “Pois disseste: O Senhor é o meu refúgio.” É porque foi falado que agora as bênção se derramarão.

 

Em Romanos 10:9-10 lemos que um homem somente pode ser salvo se ele abrir a boca e confessar. Não há salvação em silêncio, pois quem crê precisa falar.

 

Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. Rm. 10:9-10

 

Até mesmo para sermos cheios do Espírito precisamos falar. Efésios 5:18 diz que a maneira de sermos cheios do Espírito é “falando entre vós...” Ninguém é cheio do Espírito em silêncio.

 

E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais. Ef. 5:18-19

 

O problema é que sempre estou ouvindo alguém dizendo: “você sabe, pastor, que eu sou um irmão simples. Não sei se tenho algo para falar.” Talvez outro diga: “Bom, vocês sabem que eu sou simplesmente uma irmã. Não sei se tenho algo para falar.

Esta é uma mentira do diabo. Por anos, o inimigo tem nos usurpado a nós, os cristãos. Ele tem nos emudecido. Por anos, temos ficado sem falar nas reuniões. Está na hora de colocar-nos em pé e repreender o inimigo dizendo: “Aparta-te de mim, Satanás. Não creio nas suas mentiras. Não sou mudo. Não sirvo a um ídolo mudo. Adoro a um Deus vivo que fala e Ele está falando dentro de mim agora mesmo. O Espírito Santo fala hoje e ele habita dentro de mim. Eu tenho experimentado o poder de Deus e a sua unção permanece em mim. Cristo é minha vida. Tenho fé para falar de forma espiritual das coisas do Espírito.”

 

Todo membro fala: ouvido, pé, mão.

 

Eu sei que já temos tido o momento do compartilhamento em nossas reuniões, mas hoje estou lhe falando de algo ainda mais precioso. Precisamos ter o falar para manifestar o Espírito entre nós. Que o Senhor possa encher nossas células do seu poder nesses dias.

Amém.


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