0239 – A Oração do Reino

 0239 – A Oração do Reino

Introdução

A oração nos conduz à intimidade com o Pai Celeste. 

A oração é a escada entre a terra e os céus. 

Tudo vem de lá, pela oração.

Orar é relacionar-se com Deus.

Jesus nos ensinou a orar. A oração conhecida como “Pai Nosso” é a “Oração do Reino dos Céus”.

Vamos meditar em cada ponto desta oração.

A Oração do Reino

Mateus 6.5 E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.

O problema dos hipócritas é que eles oram para serem vistos pelos homens. Quando você vive em função de reconhecimento dos outros, sua única recompensa é o elogio das pessoas. Nada mais. Viver em função de aparência o conduzirá a uma vida espiritual superficial, como Jesus disse à igreja de Sardes: “Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto”. Liberte-se da escravidão das aparências, viva a sua realidade com alegria diante do Senhor e dos homens. 

A sinceridade ou honestidade, além de um escudo de proteção, elas atraem a atenção do Pai. Mas, a oração religiosa que espera o louvor do homem só pode ganhar a recompensa dos homens e não recebe respostas dos céus. Assim, a oração sem sinceridade é vã.

A religião força o homem a se exibir em seus feitos. Todavia, no reino é bem diferente. O reino trabalha “nos bastidores”, o reino tem a verdade no espírito e não exalta o ego da carne.

No reino não ostentamos o que fazemos para que os outros possam se gloriar em nós.

6  Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.

Precisamos dessas experiências secretas com o Pai, porque tais experiências matam nosso eu e nossa carne. O eu é mais visível no fato de gostar de fazer as coisas de forma pública, na presença do homem. O eu gosta de fazer boas ações diante do homem. Todos devemos admitir que, sem exceção, nós temos esse eu. Aqueles que sempre querem fazer as coisas de forma a fazer um show público estão cheios de si, cheios de carne. O eu gosta de ser glorificado, e a carne gosta de ser contemplada.

Paulo foi até o terceiro céu e ao voltar não compartilhou das revelações que obteve lá!

A prática do reino é dar muito, mas não ser visto. Orar muito, mas em secreto. Jejuar, mas não desfigurar o rosto. O Reino Não é de visível aparência.

7  E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. 8  Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais.

Isso não significa, porém, que não devemos repetir nossa oração. O Senhor repetiu Sua oração no Getsêmani (26:44) e o Apóstolo Paulo fez a mesma oração três vezes (2 Coríntios 12:8). Significa que não devemos repetir com palavras vazias, palavras em vão.

Tudo no reino envolve a prática da petição. No REINO só RECEBE quem PEDE (Mt 7.8).

O Padrão da Oração do Reino

A partir do verso 9 até o 13 encontramos o padrão da oração do Reino. É o modelo de oração relacionado às realidades do reino, da sua influência aqui na terra.  

9 Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;

10  venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;

11  o pão nosso de cada dia dá-nos hoje;

12  e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;

13  e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!

Pai e Não Deus

Você se relaciona como Deus?

Na oração do reino, a intimidade é que nos dá o acesso às realidades. Fórmulas (rezas) não funcionam no relacionamento com Deus.

Intimidade é resultado de conhecimento e convívio. É por isso que Jesus disse para trancar-se em seu quarto. 

A vida de Deus Pai é de uma natureza tão secreta e oculta! Se amarmos os outros por nossa própria vida, esta vida procurará se exibir diante dos homens. Mas se amarmos os outros pelo amor de Deus Pai, esse amor sempre permanecerá oculto.

A intimidade ocorre em oculto. 

É neste ambiente do “lugar secreto” que você descobrirá o prazer em orar. Quanto mais você orar, mais desejará orar. O sentimento de obrigação desaparecerá. A oração do reino começa com a consciência do Pai Celeste.

Ele se revelou como Elohim na Criação.

Ele se revelou como Jeová Elohim para Adão e Eva.

Ele se revelou como El Roí “Aquele que vê” para Agar. 

Ele se revelou como Jeová Shalom para Gideão.

Ele se revelou como El Shadday para Abraão.

Mas para você, Ele se revela como Pai.

Creio que muitos não se interessam por orar, porque conhecem a Deus somente como Deus e não como um Pai. Eles não dedicaram tempo para desenvolver a intimidade pela prática da oração. 

É verdade que existe combate na oração, até vencer as forças de resistência e a inquietação da alma você terá que perseverar na oração, esta parte muitas vezes é custosa para a alma. Todavia, você cruzará do natural para o sobrenatural, haverá um rompimento.

O melhor MANÁ está ESCONDIDO. A ORAÇÃO COMEÇA no Átrio, mas termina no Santo dos Santos.

Quando você ora com seu Pai, você quebra toda a formalidade e religiosidade. Pai infere proximidade e intimidade.  Quando você ora para seu Pai, você se posiciona como filho e não como servo. Servos não têm a liberdade do filho.

A religião imprime a imagem de um Deus intocável, severo, que não se importa conosco. Alguns não conhecem o Pai, por isso, se dirigem a ele com palavras formais, como: “Santíssimo Deus... Poderoso Deus...” essas são expressões corretas, mas se nos dirigimos a Deus sempre assim, não o conhecemos de fato.  

Formalidade na oração revela falta de intimidade. Filhos seguros do amor do Pai têm a liberdade de expressar-se de maneira carinhosa, como “papai”, “papi”, “dady”. O Espírito de Jesus, o espírito de filho, nos leva a chamar a Deus de Abba (Rm 8.15) que significa “papai”.

Nosso Pai está nos céus

Os céus falam da soberania de Deus, nosso Pai. Pensar na magnitude dos céus, onde o reino de Deus está, promove a nossa fé para o impossível. O nosso Pai Celeste governa sobre todos e na sua mão está o enriquecer e dar força a todos.

Santificado seja seu Nome

Santificar o Nome de Pai é conhecer seu amor. Quando amamos, valorizamos, desejamos. A intimidade é a nossa maior expressão de santificação. Quem conhece o amor do Pai sente-se seguro. Não precisa buscar “algo” neste mundo. O mundo nada mais é do que a distância do amor do Pai. A Palavra diz em 1 João 2:15  Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. 16  porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. 17  Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.

Áh... o amor do Pai.

O amor do mundo concorre com a revelação do amor do Pai. Não ame o mundo, nem as coisas que nele há.

Conhecer a Deus como Pai, não pode ser algo comum para você. Você deve santificar este relacionamento. Ele é único, insubstituível, eterno e perfeito. Não pode ser comparado a ninguém, porque ninguém é como Ele.

“Venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”.

Venha o reino. Esse é o primeiro pedido. Por nele teremos os demais.

Tudo o que há nos céus deve se manifestar na terra. Este é o desejo de nosso Pai. Ele deseja revelar seu “mundo” ao nosso mundo. 

Deus espera que ocorra uma “invasão celestial”. Ele quer que o natural Dele, que é o nosso sobrenatural, se manifeste nesta terra.

Nos céus não existe enfermidades.

Nos céus não existe pobreza.

Nos céus não existe opressão maligna.

Nos céus não existe tristeza e nem dor.

Nos céus não existe discórdias, iras, brigas, discussões.

Invocar os céus na terra é conectar o reino e Sua vontade em nosso mundo.

Jesus afirmou: “vocês não são deste mundo”. Nós somos dos céus e quanto mais vivermos como cidadãos do Céu, mais as atividades do Céu se manifestarão em nosso estilo de vida.

Somos nós que fazermos com que as coisas dos céus aconteçam na terra. Os céus pertencem ao Senhor, mas a terra ele nos deu para exercer o Seu domínio. 

A vontade de Deus está em seu reino de justiça. Não a encontramos em instituições, em ideias humanas, apenas nos céus.

Nos céus a vontade de Deus é inquestionável. Somente na rebeldia dos homens desta terra é que Deus é desafiado. Como filhos devemos manifestar as obras de nosso Pai Celeste, mostrando ao mundo Seu amor em salvar.

“O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”

Nos céus não existe escassez. Ninguém passa necessidade lá. Pedir o pão é uma aplicação prática de colhermos suprimentos com fartura aqui na terra. A despeito do abuso de alguns sobre o ensino na área financeira, não podemos negar que os céus possuem fartura. Deuteronômio 28:12  diz: O SENHOR te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo e para abençoar toda obra das tuas mãos; emprestarás a muitas gentes, porém tu não tomarás emprestado.

 Nosso Pai tem uma medida para suprir as nossas necessidades. É a glória dEle em Cristo! Deus abre os céus para seus filhos amados.

“E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores.”

Há falta de perdão no Céu? Não! 

O Céu nos dá o modelo para os nossos relacionamentos aqui na terra.

A Palavra divina nos mostra como DEVEM SER os relacionamentos no reino dos céus:

Efésios 4.31  Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou

Esses versículos deixam bem claro que o nosso modelo é Jesus Cristo, 

Quando o reino se manifesta, honra, respeito, amor, fidelidade estão presentes nos relacionamentos. Os lares produzem muito vinho de alegria. 

“E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal”.

Não há tentação nem pecado no Céu. Nem há lá qualquer vestígio do pecado. Ficar longe do pecado é o que nos mostra, na prática, que estamos sendo dirigidos pelo nosso Rei. Esta frase da oração não significa que Deus quer nos tentar. Sabemos, de Tiago 1:13, que Deus a ninguém tenta a cometer pecado. Orar, deste modo, é importante porque nos faz encarar a necessidade que temos da graça e ajuda-nos a alinhar o nosso coração com o Céu, em total dependência de Deus. 

Um coração modelado de acordo com o Céu tem muito sucesso na guerra espiritual. É por isso que está escrito: “Sujeitai-vos a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” 

“Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!”

O Reino de Deus pertence a Ele. E é por isso que somente Ele pode nos dar o Seu Reino. Quando declaramos esta verdade, passamos de uma simples declaração para um ato de louvor! Por toda parte nas Escrituras ouvimos declarações de louvor semelhantes a esta, contida no modelo de oração do Senhor, que declara que toda glória e todo o poder pertencem a Ele.

O pastor Derek Prince, sugere que, se tivéssemos apenas dez minutos para orar, deveríamos passar oito minutos louvando a Deus. É impressionante por quantas coisas podemos orar, nos dois minutos restantes. 

Conclusão

O reino dos céus se manifesta em realidade, quando oramos. Cada área de influência em nossa vida é tocada. Temos um reino inabalável. 

Temos do Rei a autoridade para governar através da oração.

Fomos criados para termos intimidade com o Pai. Dessa intimidade provém a nossa realeza para dominar. O sacerdócio precede a realeza. Somos um reino de sacerdotes. Não podemos esquecer que o nosso reinar está no servir. O maior no reino é o maior servo de todos.

O maior empenho do inimigo em sua tarefa de enganar a Igreja é enganá-la quanto ao propósito e o efeito da oração. Aqueles que não oram dão condições para que as trevas continuem reinando.

Perguntas para o compartilhamento

  1. Como tem sido sua prática da oração? Compartilhe sem constrangimento conosco;

  2. Em qual área da sua vida, o reino dos céus não tem tido tanta influência? Você sabe o que fazer?

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