0211 – Aliança Entre Irmãos

 0211 – Aliança Entre Irmãos

Introdução 

Deus não nos dará a conquista das cidades até que a aliança entre nós seja confirmada.

A aliança demostra a honra, fidelidade e amizade que existe entre nós. Quando há unidade, Jesus se manifesta.

Os últimos dias serão difíceis (2Tm 3.1) porque os homens e mulheres serão infiéis.

Nesta mensagem o Espírito Santo deseja nos preparar para possuir a terra. 

Oro para que você seja uma pessoa de aliança com os irmãos.

Aliança entre irmãos

A maneira que Deus tem de nos dar milhares de discípulos e centenas de igrejas em todo o RS e o URY é através da Aliança entre irmãos. Sem a aliança não há posse da terra. Isto pode ser visto quando Josué entrou em Canaã, porém não havia possuído nenhuma cidade (Josué 5.2).

O texto que mais me impressiona é o de Abrão. Deus lhe prometera uma descendência como as estrelas do céu, ao ouvir e contemplar, ele creu. Bastou isto. Na sequência do diálogo dele com Deus, o Senhor lhe promete a posse da terra, então Abrão disse: “[...] SENHOR Deus, como saberei que hei de possuí-la” (Gn 15.8)? 

Abrão creu na promessa de um filho, mas não creu quando Deus lhe prometeu a conquista da terra de Canaã. A maneira como Deus lhe acrescentou fé foi fazendo uma aliança.

Uma aliança é um pacto de honra, baseado unicamente na FIDELIDADE e não nos sentimentos. Quando os sentimentos são contrários à promessa é necessário recorrermos à aliança.

Amizade Segundo Deus

Faz um tempo que descobri algo interessante sobre a palavra amigo na Palavra de Deus. A palavra “amigo” se origina na palavra pastor (rea‘ah). Assim, um amigo para Deus, é aquele que tem a atitude de um pastor. E o que faz um pastor? Basicamente um pastor é aquele que cuida, alimenta, protege e conduz as ovelhas.

A amizade no mundo é tolerar as deficiências do amigo, mas segundo Deus é agir como um pastor.

Um pastor sempre o conduzirá para Cristo. 

Davi e Jônatas

Sucedeu que, acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma. Saul, naquele dia, o tomou e não lhe permitiu que tornasse para a casa de seu pai.  Jônatas e Davi fizeram aliança, porque Jônatas o amava como à sua própria alma. Despojou-se Jônatas da capa que vestia e a deu a Davi, como também a armadura, inclusive a espada, o arco e o cinto (1 Samuel 18.1).

Aliança exige proximidade

Como eu teria aliança com um irmão que está no Japão? Posso amá-lo em Cristo, mas aliança só é possível se houver proximidade, se existir relacionamento. 

De maneira prática, a aliança é para aqueles que andam juntos, de acordo com o mesmo propósito. 

Não é possível amar à distância. Amor exige relacionamento. 

A experiência entre Jônatas e Davi nos ensina sobre uma aliança entre irmãos.

1. Entregando a capa

Jônatas despojou-se da capa. Com esse ato, ele estava dizendo que aliança guarda o outro

Um parceiro de aliança nunca expõe a debilidade do outro. Um irmão não se alegra com as falhas do outro e jamais as expõe ao público. Pelo contrário, ele tira e dá a própria capa, e a dá ao amigo para cobrir-se e proteger-se com ela. É como se o irmão estivesse desnudo, e colocássemos uma capa sobre ele. Não significa que vou tornar-me cúmplice dos pecados dele. Significa que, mesmo confrontando-o, eu jamais mostrarei aos outros as fraquezas dele.

2. Despojando-se da armadura

Jônatas despojou-se ainda da armadura e a entregou ao seu amigo. Numa aliança de amizade, não basta colocar a capa para guardar e cobrir o outro; é preciso dispor-se a protegê-lo

Despojar-se da armadura é dizer: “Agora, dependo de você para me proteger dos meus inimigos.” Eu confio no nosso relacionamento.

Você não consegue discipular alguém em quem não confia.

São muitos os tipos de ataques na mente a que estamos sujeitos no nosso dia a dia. Por isso, só nos sentiremos seguros e protegidos quando estivermos unidos num relacionamento de aliança. Talvez, nenhum outro sinal da aliança seja tão importante como este.

Se o lobo está atacando o rebanho e não o percebemos, é porque ainda não entramos em aliança uns com os outros. Uma célula que não aprendeu a defender os seus membros, não é um verdadeiramente uma célula, mas apenas um ajuntamento religioso, praticando uma ineficaz cerimônia religiosa. 

Quando um membro sofre, todo o corpo sofre com ele. Paulo está afirmando que, quando estamos unidos, numa aliança orgânica, isto naturalmente acontecerá.

3. Despojando-se da espada

Jônatas despojou-se também da espada. 

Isso tem um significado duplo. De um lado, significa que estou me desarmando para o meu irmão. Caminharemos juntos, desarmados de qualquer atitude de desconfiança. 

Creio que podemos dizer que a Igreja é um lugar de gente desarmada. Se existe alguma arma, ela somente é usada contra o diabo. Não precisamos ser arredios e avessos à comunhão na vida da Igreja. Precisamos correr o risco. Jesus correu o risco e foi traído por Judas. O mesmo risco também está sobre nós. Todavia, não temos medo de enfrentá-lo porque não vivemos em função das coisas do diabo, e sim, em função das coisas boas de Deus. Esperamos o melhor dos irmãos. Nunca suspeitamos ou fugimos da comunhão. 

Este é o motivo por que muitos não querem entrar numa aliança: é preciso entregar nossas armas e deixar a nossa defesa sob a responsabilidade de um irmão.

De outro lado, entregar a espada implica abandonar um relacionamento superficial. Entregar a espada é interferir na vida do nosso irmão. É usar a espada não para ferir, nem para atacar ou agredir, mas para extirpar um tumor que está ameaçando a vida do amigo. Precisamos de pessoas que não tenham nenhum receio de interferir em nossa vida. 

Pergunte-se a si mesmo se existe alguém com a liberdade de tratar abertamente com você. 

Caso não exista ninguém, provavelmente o seu crescimento está comprometido. Quando estamos em aliança, a espada da verdade tem liberdade para atuar entre nós. O autor de Provérbios nos desarma de qualquer temor, quando afirma: “Leais são as feridas feitas pelo que ama” (Pv 27.6).

Sempre existirá alguém que não aceita ninguém interferindo na vida dele. A justificativa é: “Ninguém tem nada a ver com a minha vida.” Alguns dizem: “cuide de sua vida que eu cuido da minha”, isto não veio dos céus, mas do inferno.

A partir do momento em que entramos para a Igreja, entramos também numa comunidade de alianças. Eu estou ligado ao irmão, e ele, por sua vez, está ligado a mim. Por isso a nossa comunhão não pode restringir-se apenas ao futebol, ou ao churrasco. Momentos de lazer juntos, são situações estratégicas para gerar comunhão. Mas o que a desenvolve e fortalece é a prática do amor entre os irmãos.

4. Entregando o arco

Nos dias de Davi e Jônatas, o arco não era, exclusivamente, uma arma de guerra. Sua prioridade maior era a caça. Ao entregar o arco a Davi, Jônatas estava dizendo: “Eu não vou deixar você na mão. No que for possível, te ajudarei.” 

Que coisa linda, quando um grupo se mobiliza para ajudar um membro que perdeu o emprego ou que, por outro motivo qualquer, precisa de ajuda financeira! Um grande sinal de nossa aliança é quando nos dispomos a levar a mão ao bolso, tirar o nosso “arco” e entregá-lo ao nosso irmão.

Precisamos ser Igreja e, não apenas um ajuntamento de pessoas sem compromisso e realidade uns com os outros. Igreja é vida em comum. Se o meu compromisso com a Igreja é apenas para desempenhar um cargo, o que será de tantos que não têm cargo algum na Igreja? O meu compromisso está acima da função, tenho compromisso porque sou membro do Corpo, estou conectado, manifesto meu coração falando a verdade e amor. Estou comprometido, porque tenho uma aliança com a igreja.

5. Entregando o cinto

Depois de entregar a capa, a armadura, a espada e o arco, finalmente, Jônatas entregou o cinto. O cinto era usado para dar firmeza e sustentação. Isso significa que o amigo é aquele que dá suporte

Nós somos o apoio do nosso irmão. 

Se ele está com a perna quebrada, nós somos a “muleta” que o ampara. Muitas vezes, é desagradável; outras vezes, é como um fardo pesado, mas o amor de Deus, em nós, nos dá graça para avançar. Fomos chamados para ser companheiros de jugo, diz o apóstolo Paulo:

Gl 6.2  Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo.

Fp 4.3  A ti, fiel companheiro de jugo, [...]

As alianças, na Igreja, não têm caráter transitório. Ao contrário, são eternas. Na Eternidade, estaremos sempre juntos com esses mesmos irmãos que nos abençoam hoje. Eu penso que uma das grandes diferenças entre o céu e o inferno é esta: o inferno é individualista, enquanto o céu é uma comunidade ajudadora. 

Conta-se que, certa vez, um homem foi levado, respectivamente, ao céu e ao inferno. Primeiro, levaram-no ao inferno, onde ele viu uma grande mesa com todo tipo de comida saborosa. Contudo, as pessoas sentadas à mesa tinham uma deficiência: os braços eram retorcidos, para o lado de fora. Por causa desse defeito, elas não conseguiam levar o garfo à boca. Sempre que o faziam, o garfo seguia direção contrária. A agonia daquelas pessoas era terrível. Apesar de estarem famintas e diante de tão farto banquete, ninguém podia alimentar-se.

Depois, ele foi levado ao céu. Lá, ele viu uma mesa semelhante, e nela um grande banquete era servido. As pessoas ali também tinham os braços retorcidos para o lado de fora, mas todos riam e se alegravam tremendamente. Qual era o segredo? Era que, não podendo levar o garfo à própria boca, cada um deles colocava a comida na boca do vizinho, e assim todos se alimentavam.

O que dá à nossa vida um caráter celestial é justamente essa aliança de amizade, proteção e amor que firmamos uns com os outros. 

É hora de nos despojarmos da capa, da armadura, da espada, do arco e do cinto. São as condições estabelecidas por Deus para mantermos relacionamentos vivos, numa aliança real de amor e, assim, possuirmos nossa herança como igreja, no RS.

Amém.





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