0301 - A purificação e a unção do leproso
O que Deus
deseja dos seus filhos é que tenham uma profunda percepção do seu amor por
eles. Aquele que mais agrada a Deus é o que sabe que é amado por Ele.
Quanto mais conscientes nos tornamos do amor de Deus, mais Ele tem prazer em
nós. Esta é a fé verdadeira, crer que somos amados sem qualquer
merecimento. É verdade que Deus ama todos os filhos igualmente, mas Ele tem
mais prazer naquele que sabe e crê que é amado. O trabalho de cada líder
é ministrar ao povo de Deus um senso vivo do amor de Deus. Não somos
alimentados com regras, regulamentos e mandamentos, mas somente pelo amor do
Pai.
Logo depois de
liberar a Constituição do Reino no Sermão do Monte, a primeira pessoa
com quem o Senhor se deparou foi com um leproso. Um leproso era considerado
impuro e por isso não poderia se misturar com a multidão, caso contrário seria
apedrejado.
Ora, descendo ele do monte, grandes multidões o seguiram. E eis que um
leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes
purificar-me. E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo!
E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra. Disse-lhe, então, Jesus: Olha,
não o digas a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote e fazer a oferta que
Moisés ordenou, para servir de testemunho ao povo. (Mt 8.1-4)
Observe que o
leproso não duvidava que Jesus tinha poder para purificá-lo, mas ele não sabia
se Jesus queria usar o seu poder para curá-lo. Esta é a mesma condição da
maioria das pessoas hoje. Elas não duvidam do poder de Deus, apenas não sabem
se Deus quer operar na vida delas, porque acreditam que precisam merecer a
bênção antes de recebê-la e, como sabem que não merecem, não têm fé para receber.
A resposta do Senhor ao leproso estabelece a sua vontade de uma vez para
sempre: “Quero”. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Hoje, Ele quer nos
curar e purificar. Na lei, se você tocasse numa pessoa impura, você se tornava
impuro também, mas agora o Senhor tocou no leproso impuro e foi a pureza do
Senhor que passou para o que antes estava enfermo. Na graça, nós transmitimos
pureza.
O Senhor fez o
milagre inteiramente pela graça. O leproso não tinha nada para dar ao
Senhor em troca. O Senhor não faz porque somos bons, mas porque Ele é bom.
Somente a graça pode tributar toda glória a Deus. A lepra é um símbolo do
pecado na Palavra de Deus. No Velho Testamento, nada poderia ser mais terrível
do que alguém com lepra. Esta pessoa era expulsa da cidade e condenada a viver
isolada nos ermos da terra. Ela não poderia voltar para a sua casa, acalentar
os seus filhos ou abraçar a sua esposa. Nunca poderia fazer parte do culto da
congregação.
Em Levítico
14, temos a descrição de como um leproso curado poderia ser purificado.
Este é um quadro alegórico de como somos purificados pelo Senhor.
Disse o SENHOR a Moisés: Esta será a lei do leproso
no dia da sua purificação: será levado ao sacerdote; este sairá fora do arraial
e o examinará. Se a praga da lepra do leproso está curada, então, o sacerdote
ordenará que se tomem, para aquele que se houver de purificar, duas aves vivas e
limpas, e pau de cedro, e estofo carmesim, e hissopo. Mandará também o
sacerdote que se imole uma ave num vaso de barro, sobre águas correntes. Tomará
a ave viva, e o pau de cedro, e o estofo carmesim, e o hissopo e os molhará no
sangue da ave que foi imolada sobre as águas correntes. E, sobre aquele que há
de purificar-se da lepra, aspergirá sete vezes; então, o declarará limpo e
soltará a ave viva para o campo aberto. (Lv 14.1-7)
O leproso era
trazido
A primeira
coisa que o texto diz é que o leproso era trazido. Isso indica a presença
de uma terceira pessoa. O leproso representa eu e você. Sei que é
desagradável pensar assim, mas nós estávamos perdidos no pecado. Éramos
estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.
Nunca poderíamos achar o caminho, mas nós fomos trazidos ao sacerdote, que é
Cristo. A pessoa que traz o leproso não tem nome porque aponta para o Espírito
Santo. Ele nunca chama a atenção para si mesmo, mas unicamente para Cristo.
“Não fostes
vós que escolhestes a mim, eu vos escolhi”.
“Efésios
1:5 nos predestinou para ele,
para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua
vontade”. Predestinar é predeterminar.
O Espírito
Santo está salvando todos os que são destinados à salvação. Se você é um deles,
então aceite a fé que Ele dá ao seu coração.
Para fora do
arraial
O sacerdote,
então, deveria sair fora do arraial para examinar o leproso. O Senhor Jesus deixou
a sua glória e veio nos encontrar onde estávamos. Em Mateus 8, o
Senhor saiu do acampamento dos judeus e veio para fora, onde estava o leproso.
O Senhor pagou a nossa dívida fora do arraial, onde nós estávamos confinados
(Hb 13.13 - Saiamos, pois, a ele, fora do arraial, levando o seu vitupério).
Se o Senhor não saísse lá fora para encontrar o leproso, não haveria
esperança para ele, pois de si mesmo nunca poderia entrar.
Fora do
arraial, o sacerdote deveria examinar o leproso para ver se ele estava curado. O
sacerdote não tinha poder para curar o leproso, mas somente para examinar se
a lepra estava lá. Isso aconteceu por mil e quinhentos anos, o tempo que durou
a lei. Nesse tempo, ninguém veio ao sacerdote dizendo que estava curado. Em
todo o Velho Testamento, só há a menção da cura de um leproso, Naamã, mas ele
não era judeu e, portanto, não seguiu o ritual de purificação. Debaixo da
lei, ninguém foi curado de lepra.
Duas aves
Duas aves eram
separadas. Uma era sacrificada dentro de um vaso e o sangue era colocado sobre
a outra ave viva. Então, o sangue era aspergido sobre o leproso que era assim
declarado limpo. Essas duas aves apontam para o Senhor Jesus, que veio do céu.
A ave que é sacrificada aponta para o Senhor Jesus morto na cruz. A outra ave
molhada com sangue é o Senhor Jesus em ressurreição. Essa ave agora molhada com
o sangue era solta, apontando para o Senhor Jesus, que ressuscitou e voltou
para Pai. Esta é a maneira como o nosso pecado é purificado.
Na lei, o
leproso precisava ser curado e então purificado. Mas o Senhor Jesus purificou
primeiro o leproso e depois ele foi curado (Mt 8.3). Na verdade, o Senhor fez
as duas coisas ao mesmo tempo. O sacerdote do Velho Testamento não tinha poder
para curar, mas o Senhor Jesus é rei e sacerdote. Como rei, Ele ordena a cura;
e, como sacerdote, Ele declara o leproso limpo. O rei Jesus usou seus decretos
reais não para comandar que as pessoas o servissem, mas, como rei, ele usou os
seus decretos para salvar, curar, libertar e purificar. Este é o nosso Deus.
A unção e a
purificação
O sacerdote
tomará do sangue da oferta pela culpa e o porá sobre a ponta da orelha direita
daquele que tem de purificar-se, e sobre o polegar da sua mão direita, e sobre
o polegar do seu pé direito. (Lv 14.14)
O que você ouve afeta o que você faz, e o que você
faz determina a direção do seu caminhar. Por isso, o sangue era aplicado na orelha
direita, no polegar direito da mão e no polegar direito do pé.
[…] do restante do azeite que está na mão, o sacerdote porá sobre a ponta da
orelha direita daquele que tem de purificar-se, e sobre o polegar da sua mão
direita, e sobre o polegar do seu pé direito, em cima do sangue da oferta pela culpa,
o restante do azeite que está na mão do sacerdote, pô-lo-á sobre a cabeça
daquele que tem de purificar-se; assim, o sacerdote fará expiação por ele
perante o SENHOR. (Lv 14.17)
O óleo
representa a unção, o Espírito Santo. Veja que o óleo vem sobre o sangue na
orelha direita, no polegar direito da mão e no polegar direito do pé. Onde o
sangue toca, o Espírito confirma. Sempre que o sangue de Jesus é proclamado, o
Espírito Santo vem para confirmar. O Espírito não opera simplesmente porque
você prega sobre o próprio Espírito Santo. Mas, quando pregamos sobre o sangue
de Jesus, o Espírito vem para confirmar com a unção. A igreja que prega o
evangelho da graça e a obra consumada do Calvário tem sempre a manifestação do
poder do Espírito para atestar a mensagem.
O restante do
óleo o sacerdote aplicava na cabeça do leproso que havia sido purificado. Nos
dias do Velho Testamento, somente reis, profetas e sacerdotes recebiam a unção
de Deus. Somente esses eram ungidos. O que isso significava na prática? Que tais
pessoas recebiam habilidades especiais. O que outros faziam com muito esforço e
dificuldade essas pessoas apenas tocavam e a obra era feita. Mas agora aqueles
que eram os últimos dos últimos também tinham esse privilégio.
Pergunta para compartilhar:
O que essa palavra falou em seu coração?
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